quinta-feira, 9 de agosto de 2012

“Unsterbliche Geliebte”

Meu pai sempre me falou nas cartas de Beethoven a sua "amada imortal", na tradução do título acima, que tb inspirou um belo filme estrelado por Gary Oldman, o qual já assisti umas 5 vezes, na esperança de descobrir o mistério, pois nunca foi revelado o nome dessa mulher que arrebatou o coração do compositor alemão-o filme insinua que tenha sido sua cunhada, casada com um de seus irmãos, mas os biógrafos de Beethoven nunca chegaram a nenhuma conclusão...
O filme agrada até quem não gosta de música clássica
Na minha casa, desde criança, acostumei-me a ouvir e a reconhecer as grandes óperas e os compositores clássicos, especialmente os alemães, como Wagner e Beethoven, os preferidos de meu pai. Geralmente ele colocava o disco (sim, qdo eu era criança, ouvia-se discos de vinil em toca-discos!) e explicava, tal qual um professor erudito, o que ouviríamos a seguir, se tal música era inspirada pela mitologia, se havia alguma história de amor por trás dela, etc. E eu, que chorava só de ouvir a Sonata ao Luar, fiquei sabendo que ela tinha sido dedicada a uma das alunas de Beethoven, por quem ele se apaixonou, a condessa Giulietta Guicciardi-era o ano de 1801 e ele já estava ficando surdo...
A italiana seria uma das possiveis candidatas ao posto de amada imortal
Quem ouve a sonata não sente apenas o amor, mas a profunda tristeza e o desespero de alguém que estava perdendo um dos sentidos mais importantes-como um compositor pode perder a audição? Beethoven a perdeu completamente, mas ele tinha a música dentro de si...
Cena do filme em que ele toca a sonata ao luar, encostado ao piano, já quase 100% surdo...
Ontem, saudosa do filme, fui curtir minhas cenas favoritas e, lógico, lembrei de meu pai e de todos os momentos maravilhosos que passamos juntos ouvindo música ou discutindo literatura, outra de suas paixões. Sei que ele tb tinha suas suposições para a amada imortal de Beethoven, mas o que ele mais gostava-e o Mr.Big repetiu essas palavras para a Carrie, em uma cena do Sex&The City-era o final da carta:

"Continue sempre a me amar, não esqueça nunca o coração muito fiel
Do teu amado L.
Eternamente teu
Eternamente minha
Eternamente nosso"

ewig dein
ewig mein
ewig unß

Oh mein Gott..não é incrivelmente romântico para um sujeito tido como tempestuoso e de personalidade taciturna? Meu pai me disse que ela, seja quem tenha sido, provavelmente nunca recebeu a carta (ou a devolveu), já que a mesma foi encontrada entre os pertences de Beethoven por ocasião de sua morte.
Ludwig Van Beethoven (1770-1827)
E a única mulher que estava lá velando o corpo desse gênio da música clássica, adivinhem quem era: Johanna Van Beethoven, a tal cunhada...

Um comentário:

  1. Ai Madi, que post lindo!! Eu conheço este filme e é mesmo maravilhoso. Eu conheci a música clássica um pouco tarde e me apaixonei... como é possível não gostar??
    Bethoven realmente foi o maior gênio da música, como era possível estar quase surdo e ainda assim perceber as nuances dos timbres? Incrível!! Depois deste post deu vontade ouvir a Sinfonia ao Luar. Bjs e bom final de semana!!

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