Quando eu tinha 17 anos, assisti um filme que me acompanha até hoje: Excalibur. Ele demorou 2 anos pra chegar aqui, e eu o vi num cinema que nem existe mais, o Baltimore, no bairro Bom Fim, pra quem conhece Porto Alegre. Era um baita cinema, tinha uma acústica maravilhosa, mesmo com os recursos da época..
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O filme é de 1981 e conta com atores como Gabriel Byrne, Helen Mirren, Liam Neeson e Nicholas Clay |
Eu e meus irmãos sempre fomos apaixonados pela lenda do Rei Arthur e dos cavaleiros da távola redonda, líamos tudo a respeito, viamos todos os filmes. Aliás, As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley, em 4 volumes, foi a melhor publicação sobre a lenda, mas o filme já é o suficiente pra se apaixonar pela história, um verdadeiro conto de fadas medieval, cheio de heróis e vilões, honra, glória, coragem, amor e ódio...e a busca pelo santo graal.
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Leitura obrigatória para amantes da lenda do rei Arthur |
Os anos passaram e eu me tornei uma adulta sem tempo pra nada, meus hobbies foram substituidos por estágios e leituras obrigatórias da faculdade, mas sempre que batia uma saudade, eu ia até a locadora e pegava a versão de Excalibur dirigida por John Boorman, apenas para vê-lo, admirá-lo mais um pouquinho..quem? Lancelot, é claro, o personagem mais intrigante da história, interpretado lindamente pelo inglês Nicholas Clay.
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Nunca houve outro Lancelot como ele... |
Richard Gere bem que tentou fazer um Lancelot sedutor, em 1995, ao lado de Sean Connery como Rei Arthur, mas, apesar de todo seu charme, não conseguiu destronar Nicholas Clay, e o filme tb não tinha a mesma magia inocente do Excalibur de Boorman.
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Boa tentativa, mas Excalibur é muito melhor! |
O tempo continuou passando e, com o advento da internet e do youtube, abandonei a locadora e agora seleciono as cenas que quero ver pelo computador. Não tem a mesma graça nem a sensação de estar num cinema, mas tem o diferencial da portabilidade, né? Posso admirar Clay quantas vezes quiser, onde quiser...
Pois é, mas já fazia muitos anos que eu não assistia Excalibur e quis apresentá-lo à minha filha de 17 anos no domingo passado. Peguei o filme na locadora, exatamente como sempre fazia (ela queria baixá-lo pelo computador, resisti argumentando a necessidade de uma tela maior pra sentir as emoções do filme, "entrar nele"-ela aceitou quase penalizada da mãe jurássica) e nos acomodamos defronte a TV. Pra mim, assistir Excalibur com ela, na mesma idade que eu tinha da primeira vez, foi um momento muito especial.
Assim como eu, ela ficou encantada com a ópera Carmina Burana, de Carl Orff, que aparece já nas primeiras cenas, e tb achou "meu" Lancelot lindo..Entusiasmada, fui pesquisar sobre ele no google pra mostrar a ela que filmes o ator andava fazendo, e, para minha triste surpresa, me deparei com uma lápide:
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Morto aos 53 anos, vítima de cãncer |
Senti um golpe, um nó na garganta. Meu inesquecível Lancelot havia morrido, e eu nem tinha ficado sabendo. Ora, eu nem o conheci, mas ele sempre fez parte da minha vida, o filme tb, eu o compartilhei com muitas pessoas. E agora isso, o baque de perceber que a dimensão do tempo e da vida que a gente imagina qdo é adolescente é bem diferente do real. Não nos damos conta que envelhecemos, até ver nossos idolos morrendo. E aí pensamos que talvez sejamos os próximos.. (que exagero, Helen Mirren já ganhou um oscar depois disso, Gabriel Byrne e Liam Neeson continuam trabalhando, e a vida continua..)
Meu Lancelot se foi, e levou junto meu gosto pelos épicos e contos de fadas.
Não sei se conseguirei assistir Excalibur de novo.
Eu adorei esse filme tambem, vi quando era crianca e AMEI!!!
ResponderExcluirNao sabia que ele tinha falecido, merda de doenca... hunfs