sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Sweet seventeen...

Se vc espera ler um post sobre moda, recomendo parar por aqui, pois a nostalgia bateu forte e a última coisa que quero escrever hoje é sobre roupas ou sapatos! (vai continuar?bem, eu avisei..)
Hoje olhei uma foto em que estou com minha filhota de 17 anos e lembrei dos meus 17 (só se passaram 30 anos desde então...)-ai, que saudade que deu!
Na falta de uma foto minha aos 17, olho pra ela e me vejo..(eu , ou o que fui um dia, ainda vive nela!)
Idade maravilhosa, onde tudo é possibilidade, o futuro parece tão distante, longo, e ainda dá pra fazer aqueles planos mirabolantes porque sim, aos 17 anos, somos os donos do mundo, invencíveis, incríveis e com todo o gás!!!! Ninguém nos mete medo, ninguém pode nos deter, sabemos tudo (bem, pensamos que sabemos), nos rebelamos contra qualquer um que ouse nos contrariar ou não entenda o nosso ponto de vista. Tudo é ou pode virar um drama de uma hora pra outra, nossa perspectiva da vida é maximizada, facilmente fantasiada, e não existe meio-termo pra esse insuportável maniqueísmo: amamos ou odiamos, nos jogamos de cabeça ou chutamos o balde, oscilamos rapidinho entre o 8 e o 80, e quem não está conosco, está contra nós! Ah, quem não se achava o dono da verdade aos 17? A minha filha se acha, deve ser inerente à idade mesmo...às vezes me irrito pois ela me diz que eu "não entendo nada", depois me lembro que eu era igualzinha, a história se repete, só mudam os personagens...
Mas o tempo passa ( e agora, olhando pra trás, parece que passou tãão rápido!), alguns planos se concretizaram, outros não-alguns sonhos se realizaram, outros não, mas assim é a vida, não dá pra fazer tudo numa só, ou vamos fazer e fazer repetidamente, apud  Milan Kundera, em A insustentável leveza do ser, provavelmente o livro que mais mexeu comigo em minha adolescência:
O livro foi publicado no Brasil em 1983, qdo. eu tinha exatos 17 anos...
Além desse livro ter Praga como cenário-uma de minhas cidades favoritas, que eu recomendo entusiasticamente pra quem não conhece,-Kundera cita Nietzsche (amooooo!!!) e a sua tese do eterno retorno

"O eterno retorno carrega um peso inominável, pois se tudo se repete constantemente, a eternidade será um fardo inexplicável e constrangedor. Mas Nietzsche nos diz que apenas o efêmero é verdadeiro. Desse modo, qualquer evento aparecerá num umbral diferente dos acontecimentos de outrora: logo, os traumas ou as vitórias inscritas na história são destituídos de sua aparência, não são como as conhecemos, perdem a fugacidade que as delineariam como intocáveis." 


Isso já é suficientemente pesado pra mim. E onde está a leveza? pergunto-me, mas acho que já sei a resposta, voltando à foto com minha filha e me embevecendo com seu olhar cheio de esperança pelo futuro que ela quer construir:


A leveza está na forma como vivemos a nossa vida, e isso vale pra qualquer idade.

(Falou a filósofa do dia! Que pretensiosa...)

Bom findi!


PS.Quem não tem paciência pra ler o livro, ao menos assista o filme com o Daniel Day Lewis e a Juliette Binoche, vale a pena!


7 comentários:

  1. Que post lindoooo!
    E que linda você e sua filha, ela tem sua cara. (:

    Nunca li e nem assisti A Insustentável Leveza do Ser, mas depois dessa citação e indicação sua deu até vontade, vou procurar.

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  2. Que linda tua filha! Ela tem a quem puxar também né?
    Já ouvi falar muito nesse livro, e sempre deixo pra ler sei la quando. Mas não sabia que tinha um filme, vou procurar!
    Beijão

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  3. Ah que linda esta postagem!!! Menina como você e sua filha se parecem :-). Que bonitas!!!
    Eu li A Insustentável... há muito tempo atrás, o filme eu não vi, boa dica, vou procurá-lo. De vez em quando também tenho saudade da minha adolescência... eu faria tanta coisa diferente :-(, mas isso a gente só vai saber lá na frente né?? Bom domingo pra vocês!!

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  4. Madi, parabens! vcs duas são lindas! e olha como temos coisas em comum, foi a epoca q tbem lí os livros de Kundera, entre tantas outras, frequentava a biblioteca p ler filosofia (entendia mto pouco, hahahaha)...o rosto de vcs traduz a felicidade de ser o q vcs são! bjos carinhosos

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  5. Nossa, que post lindo! Esses dias estava olhando umas fotos de quando eu tinha mais ou menos essa idade, e me deu saudade daquela garota ali, um orgulho danado e um pouco de nostalgia... Parece que foi ontem que eu sonhava com a vida maravilhosa que eu teria, tinha mil planos, tudo era extremo, mas a gente não sabia o quanto iríamos sentir falta desse turbilhão de emoções no futuro...
    Minha vida tomou outro rumo, mas não é menos maravilhosa, o legal é isso... Bjs!

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  6. A Insustentável Leveza do Ser ... foi por muito tempo meu livro de cabeceira ... li e reli umas 6 vezes ... #fato ... Na época até usava um chapéu coco a la Sabrina ...

    bjão querida e obrigado pelo carinho

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  7. Meus olhos se encheram de lágrimas.. Tenho saudade dos meus 17 apesar de terem passado há pouco, mas o suficiente pra sentir saudade.
    Adorei a dica do livro e do filme (que provavelmente assistirei pois tenho paciência pra ler, mas ultimamente ando preguiçosa).
    Estou com 28 hj e penso que ainda não consegui muitas das coisas que sonhava aos 17, aí vem aquela sensação de fracasso.. Teu post me deu mais esperança!

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